19 de fevereiro de 2017

Olhar à vagar

Andar e observar
O sorrir reluzir
Cantar e entoar
Palavras de bem-te-vi
Vi bem e sorri
Pela dor a luzir
No olhar que não sorri
Mas sente a tensão de viver
Meu bem, te vi e me doí
Bem lá dentro a bater
Questionei onde estás,
Pois a vagar, se encontra teu olhar
Num minuto não compreendi
"Onde estarias a reluzir
com este olhar a vagar?"
Desatei-me a refletir
Por fim eu concluí
Que a dor que em ti há
É notável e necessária
Diferente de como o mundo está
Ela reflete um real luzir
Sem pudor ou máscara
Podes realmente sentir
E em verdade traduzir
Com sua límpida face
O amor que cresce
E dói dentro de ti

20 de setembro de 2016

Peregrinação

[Poesia do dia. Se for ler, ouça a música. Se ouvir a música, leia a poesia! ♥]


Anda, andarilho, não cansa de caminhar
Seu pleno descanso, não deixe de buscar
Um dia, quem sabe, na maior pousada estará
E com sutil ternura, anjos contigo irão cantar

Anda sem parar,
E no bosque, para trás não deves olhar.
Anda sem parar,
Pois no deserto, a poeira tua visão velará.
Anda sem parar,
Pois na tempestade, o silêncio é o que ouvirá.

É duro, andarilho, sei bem...
É pesada a caminhada, sei bem...
Mas consciente esteja, que O Criador estará
sustentando todo o seu caminhar.
Para aqui ou acolá,
Ele te conduzirá.

Creia, andarilho,
que o teu alimento Ele proverá.
Creia, andarilho,
que a força Ele te dará.
Creia, andarilho,
que no momento certo,
a caminhada cessará.


Passagem

Passo tempo
O tempo passa
Passo andando
Passo correndo
Passo aqui
Passo acolá
Passo roupa
Passo um olhar
Passo e vejo
Passo, não vejo
Passei e te vi
Passei e me vi
Passei coisas
Passei e pensei
Que passado não se vive
Passa o dia, passa a hora
Passa tempo
O tempo passa
Tudo passa
Passa rápido, vai!
Passa logo...
Para...
Pera..
Calma...
Não passa.

Espera...

21 de setembro de 2015

Vida em pedaços



Quão fraco sou
Fraco estou...
A fadiga e o cansaço
Tomam minha’alma

Caminhei, percorri vales.
Gritei, imergi em mares.

Corri nos campos claros e escuros desta vida
Oh vida, que se desfaz nos tempos!

Meu socorro, onde está?

Ossos corroídos pelo tempo,
Pelo desejo; querer... exercer...
Exerci força, mostrei vontade.
Impetuosidade.
Lutei com garra.

Perdi.

Caí.

Me cansei...

Sozinho fiquei,
Como em um deserto
Me senti.

Oásis, refrigério
Eu procurei...
Descanso para minh’alma
Eu busquei...

Onde está o orvalho da manhã?
A brisa do monte, da floresta, do rio?
O canto dos pássaros sussurrando em minha mente,
Fazendo-me repousar em paz e plenitude?

Alguma companhia...
Que a vida ame e compartilhe
Dos duros tempos,
Dos bons momentos?

24 de agosto de 2015

Um encontro casual.

Você, um encontro casual.
Me surgiu quando eu menos esperava.
O livro no metrô.

Sinto que ainda é pouco
Toda essa novidade,
E que ainda há de vir
Mais um pouco do novo
Que tu me mostrastes.

Eu te penso, te imagino,
Te sonho, te decifro.

Mas o fato é de se entregar nas mãos Soberanas,
Pois só elas têm o Domínio!
Ainda não te conheço por inteiro,
Quem você é? Me mostre, se acaso quiseres...

Se isso não é de ser, que se afaste claramente,
Sem brincar de me rondar, e talvez,
quando eu menos esperar, se despedir,
reluzir em outro lugar
que não seja perto de mim...

26 de fevereiro de 2015

Verbo apático

Pensar em minha feição
Pensar em afeição
Afeição que desperta no coração
Feição. Face.

O que eu represento em um sorriso.
O que um sorriso representa.
Eu apresento um olhar,
Represento um olhar,
Represento alguém.

Em um momento posso estar bem,
E em um outro,
Posso ser ninguém.

Refletir no que sou,
Refletir no que vejo,
Refletir no que sinto;
E num lampejo, num momento,
Rápido e sucinto,
Parecer ser alguém...
Bem pra você,
Mas pra mim...

Ninguém.

1 de junho de 2014

Stone Heart

Apaguei minhas loucuras e meus anseios
bem dentro de meu coração, 
por não ter como expô-los...
E acomodei-me à esse estranho vazio...


I'll close myself in my own heart.
Is this!


11 de julho de 2013

Why all this?




xXx

Cold, Cold.. so cold. 
Eyes, gestures, words, fire.

Distance, cold, cry and rain.

After a long time, coffe, movie...
Hands, fire!

The same fire.

Why?
I'll always keep asking this, anyway.

xXx

3 de julho de 2013

Ensinamentos: Justiça x Injustiça

Eu, Anna, organizando minha caixa de e-mails, recebi dentre um assunto particular, em 22/10/12, esse fato contado por um professor de Direito da UFMG e da Puc-MG, Bernardo Olive. A seguir, ele conta o fato de quando estudava na faculdade.

Vejo uma mensagem muito forte, ainda mais em relação à este grandioso momento que passamos no nosso país.Você que lê isto, retenha o que é bom.

“No começo do novo semestre este professor, que iria lecionar “Introdução ao Estudo do Direito”, entrou na sala e a primeira coisa que fez foi perguntar o nome de um aluno que estava sentado na primeira fila:
- Como te chamas?
- Me chamo João F., senhor.
- Saia de minha aula e não quero que voltes nunca mais! - gritou o desagradável professor.
Nosso amigo João (hoje, juiz aqui em Minas Gerais) estava desconcertado. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala.
Todos estávamos assustados e indignados, porém ninguém falou nada.
- Agora sim! - e perguntou o professor - para que servem as leis?
Seguíamos assustados porém, pouco a pouco, começamos a responder à sua pergunta:
- Para que haja uma ordem em nossa sociedade.
- Não! - respondia o professor.
- Para cumpri-las.
- Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.
- Não!!
- Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?!
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso... para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?
Todos começávamos a ficar incomodados pela atitude tão grosseira. Porém, seguíamos respondendo:
- Para salvaguardar os direitos humanos...
- Bem, que mais? - perguntava o professor.
- Para diferençar o certo do errado... Para premiar a quem faz o bem...
- Ok, não está mal porém... respondam a esta pergunta:
- Agi corretamente ao expulsar o João da sala de aula?
Todos ficamos calados, ninguém respondia.
- Quero uma resposta decidida e unânime!
- Não!!! - respondemos todos a uma só voz.
- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?
- Sim!!!
- E por que ninguém fez nada a respeito!?!
- Para que queremos leis e regras se não dispomos da vontade necessária para praticá-las?
- Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça.
- Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais!
- Vá buscar o João – disse o meu querido mestre.

Naquele dia recebi a lição mais prática no meu curso de Direito.
Quando não defendemos nossos direitos perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.



Se ficarmos calados ao presenciarmos injustiças praticadas com nossos semelhantes é possível que, quando esta injustiça ocorrer conosco, não haja mais ninguém para nos defender.”


15 de maio de 2013

Ah

~

Ah, se eu pudesse ouvir
O que não vi
Quando eu te senti
Naquele dia.

Ah, se eu pudesse despertar
O desejo que me convém.
Se eu lhe dissesse coisas que
Não se dizem mais

Ah, eu queria mais um dia livre
Pra poder lhe falar, eu sei
Que não devia querer isso,
Mas eu preciso!

Urgentemente... urgentemente!

Então diz o que é que eu faço agora
que você se foi e me deixou aqui
Sem saber o que fazer,
A ver navios.

E a esperança que eu disse que teria,
Saiba que ainda se encontra aqui,
Cravada sem motivos.
E ela não morrerá.

~